Andressa Urach voltou aos holofotes — desta vez, com uma decisão que marca um divisor de águas em sua trajetória espiritual. Em suas redes sociais, a ex-modelo e influenciadora revelou que irá celebrar casamentos entre pessoas do mesmo sexo. A frase que acompanhou o anúncio, “O amor sempre vence”, não deixa margem para dúvidas: Urach abraça agora uma espiritualidade mais inclusiva, libertadora e distante da rigidez teológica que marcou sua vida nos últimos anos.
A revelação veio após sua visita à sede da Igreja Cristã Contemporânea, no Rio de Janeiro — uma denominação evangélica que acolhe fiéis LGBTQIA+ e é liderada pelo pastor Felipe Freire, homossexual assumido e defensor da teologia afirmativa. A presença de Urach no templo já havia gerado especulações sobre um novo capítulo em sua jornada religiosa, agora confirmado com sua decisão de atuar como oficiante de casamentos homoafetivos.
A guinada não é pequena. Durante seis anos, Andressa esteve intimamente ligada à Igreja Universal do Reino de Deus, onde se tornou um símbolo de “transformação espiritual” após abandonar a carreira como modelo e relatar um testemunho dramático de quase morte. Publicou livros, participou de eventos evangelísticos e até doou cerca de R$ 2 milhões à denominação liderada por Edir Macedo — valor que, após seu desligamento conturbado em 2020, motivou uma ação judicial pedindo a restituição.
Agora, a narrativa é outra. Urach, que já protagonizou diversas polêmicas e reviravoltas públicas, escolheu trilhar um caminho religioso fora dos moldes convencionais. E, como era de se esperar, a decisão dividiu opiniões. Enquanto muitos internautas elogiaram sua coragem e posicionamento inclusivo, outros recorreram à zombaria nas redes. “Parece até meme”, comentou um usuário. Outro ironizou: “Tu inventa as coisas e ainda quer botar Jesus no meio??”.
Mas Urach parece imune às críticas. A comparação com celebridades internacionais que também usaram sua visibilidade para apoiar a causa LGBTQIA+ foi inevitável. Casos como o do chef Guy Fieri, que celebrou mais de 100 uniões queer em memória da irmã, e da rapper Cardi B, que oficializou um casamento LGBTQIA+ em 2023, mostram que o ativismo no altar pode, sim, ser um ato simbólico poderoso.
Mais do que uma provocação, a atitude de Andressa Urach parece sinalizar uma busca por coerência com suas convicções atuais — uma fé que se propõe a acolher, e não excluir. Em tempos de disputas religiosas cada vez mais polarizadas, sua escolha abre espaço para um debate necessário sobre o papel da espiritualidade na vida das pessoas LGBTQIA+ e o direito à expressão religiosa sem amarras dogmáticas.
Independentemente da opinião pública, Urach dá um recado claro: seu altar agora é para todos.
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