Tecnologia revoluciona gestão das igrejas e fortalece transparência e cuidado com os membros

Tecnologia revoluciona gestão das igrejas e fortalece transparência e cuidado com os membros

Se antes a tecnologia ajudava apenas na criação de sermões, palestras e programações, hoje ela exerce um papel muito mais amplo e essencial nas igrejas. Ferramentas digitais se tornaram indispensáveis na administração dos templos, otimizando o controle financeiro, a gestão de membros e aumentando a transparência no uso dos recursos.

Igreja Adventista se destaca com laboratório próprio de tecnologia

Um exemplo robusto desse avanço é o da Igreja Adventista do Sétimo Dia, que criou o Instituto Adventista de Tecnologia (Iatec), localizado em Hortolândia (SP). O laboratório já desenvolveu mais de 50 sistemas, que atendem a dois milhões de usuários em 120 países.

É difícil pensar em administração eclesiástica sem tecnologia. Nossos sistemas permitem a gestão financeira, de recursos humanos e membros em quase todo o mundo”, explica Carlos Magalhães, diretor de Estratégias Digitais da sede Sul-Americana Adventista.

Entre os principais sistemas estão:

  • 7me: aplicativo que oferece ao membro acesso ao seu histórico desde o batismo, relatórios de doações e informações sobre projetos da igreja.
  • Adra.org: plataforma voltada para mobilização em missões humanitárias, que conecta voluntários e agiliza respostas em situações emergenciais.

Magalhães reforça, no entanto, que mesmo com tanta tecnologia, nada substitui o olho no olho, o carinho e o cuidado pessoal.

Além disso, ele destaca a importância de seguir rigorosamente as leis de proteção de dados, investir em segurança da informação e capacitar os colaboradores.

Pandemia acelerou a transformação digital nas igrejas

De acordo com Elis Amâncio, especialista em marketing digital e autora dos livros Mídias Sociais na Igreja e Comunicando o Reino, a pandemia foi um divisor de águas na transformação digital das igrejas.

O avanço da tecnologia permitiu que igrejas continuassem funcionando, mesmo com portas fechadas, seja para transmitir cultos ou gerenciar finanças e membros”, explica.

Ela cita ferramentas como:

  • Atos6: gestão financeira, de dízimos, ofertas e prestação de contas.
  • ChurchSuite e Eklesia: gestão de membros, aniversários, discipulados e presenças.
  • Slack, Trello e WhatsApp: comunicação eficiente entre as equipes ministeriais.
  • Plataformas de transmissão como YouTube, Facebook, Instagram Live, OBS e Streamyard, que ampliaram o alcance das igrejas.

Mais transparência, mais impacto social

Um dos maiores ganhos da digitalização, segundo Elis, é a transparência financeira.
A membresia pode acompanhar as contribuições e o destino dos recursos. Isso fortalece a confiança e a credibilidade da igreja”, ressalta.

Ela também lembra que a tecnologia foi fundamental na mobilização para ações sociais, como aconteceu nas enchentes do Rio Grande do Sul em 2024, quando igrejas usaram redes sociais e plataformas digitais para arrecadar doações e organizar ajuda humanitária.

Porém, ela faz um alerta importante:
As igrejas devem se atentar à Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) e garantir autorização para o uso de imagens, vídeos e dados pessoais.”

“A transformação digital é um caminho sem volta”, afirma especialista

Para Leonardo Carrareto, empreendedor cristão, embaixador da Singularity University no Brasil e especialista em inovação, a digitalização nas igrejas é um caminho sem volta e necessário.

A igreja não pode ficar de fora do maior movimento tecnológico dos últimos anos, que é a transformação digital. Tudo o que se aplica a uma empresa pode ser aplicado na gestão da igreja: auditorias, conferência de pagamentos, automatização de tarefas, controle de recebimentos e muito mais”, afirma.

Carrareto reforça que o foco da tecnologia deve ser fortalecer o cuidado com os membros, criando canais que facilitem o acompanhamento pastoral e o relacionamento interpessoal.

Ele também alerta sobre a importância da confiança nas plataformas:
Quando você entrega dados e contribuições à sua igreja, espera que isso seja tratado com responsabilidade e segurança.”

Por fim, ele defende que as igrejas precisam estar em constante atualização:
Faltam treinamentos específicos para igrejas. É necessário adaptar os recursos disponíveis para a realidade ministerial e manter uma busca constante por conhecimento e inovação.

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