O que deveria ser um ambiente de fé, transparência e confiança se transformou em cenário de escândalo na Capelania Militar São Miguel Arcanjo e Santo Expedito, localizada na Asa Norte, em Brasília. Câmeras de segurança flagraram o secretário-geral da paróquia, Paulo Cardoso de Vasconcelos, desviando dinheiro do dízimo dos fiéis.
No vídeo, que viralizou nas redes sociais e deixou a comunidade religiosa perplexa, é possível ver o momento em que um doador entrega uma quantia em dinheiro. Paulo recebe, coloca as notas ao lado do computador e, após emitir o recibo e entregar um envelope ao contribuinte, aguarda o momento certo. Assim que uma colega de trabalho se ausenta da sala, ele pega o dinheiro, conta cuidadosamente e, olhando para a porta, para garantir que ninguém esteja voltando, enfia tudo no bolso.
Mas o caso não parou por aí. Investigações internas revelaram um esquema ainda maior. Desconfiado de uma nota fiscal apresentada por Paulo, no valor de R$ 1,7 mil — supostamente referente à compra de grampeadores, pilhas alcalinas e canetas —, o capelão procurou a assessoria jurídica da cúria militar.
Foi então que uma descoberta estarrecedora veio à tona: várias notas fiscais haviam sido adulteradas. Produtos simples, como material de escritório, apareciam nas notas falsas. Já os documentos verdadeiros, obtidos no sistema da Receita Federal, mostravam compras de alto valor, como notebooks, purificadores de ar e câmeras fotográficas — nenhum desses itens jamais foi entregue à igreja.
A situação gerou indignação entre os fiéis, que agora cobram respostas e medidas firmes da administração da capelania. O sentimento é de traição, especialmente por se tratar de uma pessoa de confiança dentro da estrutura religiosa.
O caso escancara um problema que vai além de um simples desvio financeiro: revela como até mesmo espaços sagrados estão vulneráveis a golpes e fraudes, afetando diretamente a confiança da comunidade.
A cúria militar informou que todas as providências legais estão sendo tomadas e que o caso já está nas mãos das autoridades competentes. Enquanto isso, a comunidade segue perplexa, se perguntando: quem deveria zelar pela fé e pela honestidade, estaria, na verdade, alimentando a própria ganância?
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