O Brasil vive uma verdadeira transformação no cenário musical, e um dos protagonistas desse movimento é, sem dúvida, o gênero gospel. O que antes parecia restrito aos templos e cultos religiosos hoje invade rádios, palcos, playlists e até a boca de grandes nomes da música secular.
Um exemplo recente que ganhou as redes foi Roberta Miranda, ícone absoluto da música sertaneja, que surpreendeu seus mais de um milhão de seguidores ao postar um vídeo interpretando a emocionante canção “Vai Passar”, composição do pastor Lucas e eternizada na voz de Gerson Rufino. Na legenda, ela foi direta e sem rodeios:
“(gospel) O que me importa é DEUS! Respeito todas as religiões! Bom domingo!! Com JESUS no início de semana abençoado.”
A repercussão foi imediata. Entre elogios e declarações emocionadas, surgiram comentários de nomes conhecidos do gospel, como Mara Lima e Noemi Nonato, que celebraram a iniciativa da sertaneja. E não parou por aí: Roberta também soltou a voz em hinos como “Alívio”, de Jessé Aguiar, e “A Vitória Chegou”, de Aurelina Dourado, consolidando sua conexão com o repertório cristão.
O próprio pastor Lucas não escondeu a surpresa e a honra ao ouvir sua música na voz da cantora:
“Roberta Miranda, essa é minha composição… que honra ouvi-la na sua voz! Suas músicas marcaram minha infância na roça.”
O fenômeno gospel fora dos templos
O movimento não é isolado. A força do gospel brasileiro vem rompendo fronteiras há anos. Quem não lembra do sucesso avassalador de “Faz um Milagre em Mim”, de Regis Danese? A música furou a bolha religiosa, virou hit nacional e foi cantada até por quem nunca pisou numa igreja evangélica.
De lá pra cá, o gospel deixou claro que não é apenas um gênero — é uma experiência, uma mensagem, uma conexão espiritual que ultrapassa rótulos. Artistas como Caetano Veloso já incluíram músicas como “Deus Cuida de Mim” em seus shows, e é cada vez mais comum ver cantores de MPB, pop e sertanejo se renderem a esse universo.
De acordo com dados recentes do G1 e da União Brasileira de Editoras de Música, o mercado gospel é hoje o segundo maior segmento musical do país, atrás apenas do sertanejo. E não se trata só de números: o gospel reflete uma busca coletiva por espiritualidade, acolhimento e esperança — temas que, especialmente em tempos tão desafiadores, se tornam ainda mais urgentes e universais.
A música que acolhe
O gesto de Roberta Miranda é mais do que uma homenagem. É um reflexo claro de que a música tem o poder de atravessar barreiras, unir diferentes crenças e tocar quem realmente precisa ouvir uma palavra de conforto. E, sejamos sinceros: se até Roberta, uma das maiores vozes do sertanejo, se rendeu ao louvor, quem somos nós para ficar de fora desse movimento?
Leave a Reply