A Igreja Lagoinha Global, sob a liderança do pastor André Valadão, vive um dos seus maiores ciclos de crescimento na história recente — tanto no Brasil quanto fora dele. Nos últimos anos, a denominação tem inaugurado templos em ritmo acelerado, o que vem despertando não apenas o interesse de fiéis, mas também gerando desconfiança e críticas nas redes sociais.
O que era uma congregação local em Belo Horizonte, fundada em 1957, hoje se tornou um verdadeiro império evangélico global, com sedes espalhadas pelos Estados Unidos, Europa e diversas capitais brasileiras. Esse crescimento acelerado, no entanto, não vem sem polêmicas.
Durante uma interação com seguidores no Instagram, André Valadão respondeu, de forma incisiva, a um questionamento sobre se a Lagoinha funcionaria como uma “franquia evangélica”. “Isso é um absurdo. É uma falta de respeito enorme”, disparou. O líder fez questão de reforçar que, embora haja uma estrutura organizacional robusta, a missão da igreja é espiritual, e não comercial.
Apesar da negativa, o modelo de expansão da Lagoinha é frequentemente comparado ao de redes de franquias. Isso porque, segundo relatos de ex-membros e informações que circulam em grupos de ex-fiéis, o processo para abrir uma nova unidade inclui adesão formal à visão da igreja, contribuições mensais — como o envio de parte dos dízimos — e alinhamento a padrões determinados pela liderança.
Além disso, outro ponto que vem causando incômodo é a suposta existência de áreas VIP em algumas unidades, principalmente nas igrejas dos Estados Unidos. Valadão rebateu essas acusações com veemência: “Não existe área VIP na Lagoinha. Isso é mentira. Todos são iguais perante Deus”, afirmou. Mesmo assim, imagens que viralizam nas redes mostram celebridades, empresários e influenciadores ocupando espaços próximos ao altar, longe da maioria dos fiéis — algo que, na prática, muitos interpretam como diferenciação de status.
O que acontece com a Lagoinha reflete uma discussão bem mais ampla no universo evangélico brasileiro: até que ponto a gestão profissional das igrejas, com processos administrativos que lembram empresas, é compatível com os princípios da fé cristã? Por um lado, a expansão proporciona acesso a mais pessoas e fortalece comunidades. Por outro, surgem críticas sobre mercantilização da fé, elitização dos espaços e falta de transparência financeira.
Enquanto a Lagoinha Global segue crescendo, o debate fica mais acirrado. Fiéis defendem a missão e o trabalho da igreja, enquanto críticos, ex-membros e parte da sociedade questionam: quando uma igreja deixa de ser apenas uma comunidade de fé e começa a funcionar como um verdadeiro negócio?
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