Na última quinta-feira (8), a senadora Damares Alves (Republicanos-DF) fez um pronunciamento contundente no plenário do Senado, exigindo o afastamento imediato do pastor Mário de Oliveira, presidente da Igreja do Evangelho Quadrangular no Brasil. O líder religioso, que também foi deputado federal por sete mandatos, está sendo investigado por acusações de estupro de vulnerável e abuso sexual de menores.
Damares, que possui uma ligação pessoal com a denominação, expressou sua profunda indignação ao relatar que Mário de Oliveira teria levado uma adolescente de 14 anos para Brasília, onde o abuso teria ocorrido em um apartamento funcional durante seu mandato parlamentar. A senadora destacou que o Ministério Público está conduzindo as investigações e que uma medida judicial protetiva já foi emitida, proibindo o pastor de manter contato com a vítima, seus familiares e testemunhas.
Além disso, a senadora informou que enviou ofícios à Igreja Quadrangular Nacional e à Quadrangular Internacional, solicitando providências formais. A liderança internacional da igreja, com sede nos Estados Unidos, já recomendou a remoção de Mário de Oliveira do cargo. Apesar disso, ele permanece na presidência da instituição.
Durante seu discurso, Damares também mencionou o pastor e jornalista Leonardo Alvim, que vem denunciando casos semelhantes dentro da denominação. A senadora enfatizou a necessidade de que todos os crimes sexuais cometidos por líderes religiosos sejam investigados e que os culpados sejam punidos de acordo com a lei.
Em paralelo, Damares reiterou a importância de medidas rigorosas contra autores de crimes sexuais. Ela destacou o Projeto de Lei 499/2023, de sua autoria, que prevê a perda automática de cargo, função pública ou mandato eletivo para condenados por crimes sexuais contra crianças, adolescentes, mulheres ou pessoas com deficiência. A senadora tem percorrido o país nos últimos dois anos para incentivar vereadores a apresentarem projetos de lei semelhantes em nível municipal, visando impedir a posse de pessoas que tenham respondido por crimes sexuais em cargos públicos.
O caso envolvendo Mário de Oliveira levanta questões sobre a responsabilidade das instituições religiosas em lidar com denúncias de abuso sexual e a necessidade de mecanismos legais eficazes para proteger as vítimas e garantir a integridade das lideranças. A pressão por transparência e justiça cresce, refletindo uma demanda da sociedade por ações concretas contra a impunidade.
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