Otoni de Paula critica curso do PT para evangélicos e reforça apoio a Ronaldo Caiado para 2026

Otoni de Paula critica curso do PT para evangélicos e reforça apoio a Ronaldo Caiado para 2026

O deputado federal Otoni de Paula (MDB-RJ), uma das principais vozes da bancada evangélica na Câmara, voltou a direcionar críticas contundentes ao Partido dos Trabalhadores (PT), desta vez por conta de uma ação voltada diretamente ao eleitorado evangélico.

O alvo do parlamentar é o curso online “Fé e Democracia para a Militância Evangélica Brasileira”, lançado pela Fundação Perseu Abramo, braço educacional do PT. A proposta busca aproximar o partido desse público, tradicionalmente mais alinhado com pautas conservadoras.

“O PT entende de igreja tanto quanto eu entendo de sindicatos. É um movimento ridículo, que não vai gerar resultado eleitoral. O voto da igreja se baseia em princípios e valores, e o PT é visto como o partido que se opõe a esses valores”, disparou Otoni em entrevista.

“Manobra eleitoreira” e guerra de narrativas

Para o deputado, a iniciativa não passa de uma “manobra eleitoreira” e revela um desconhecimento profundo da dinâmica interna das igrejas evangélicas. “Não adianta o Lula dizer que é contra ideologia de gênero se o governo trabalha a favor dessa temática”, acrescentou, em tom de crítica direta ao Palácio do Planalto.

O episódio ocorre em meio a movimentos do PT e de setores da esquerda para reduzir a rejeição histórica entre os evangélicos, principalmente de olho nas eleições presidenciais de 2026.

Oração por Lula gerou polêmica entre evangélicos

Apesar de ser um dos opositores mais duros do governo, Otoni de Paula se viu no centro de uma polêmica em 2024, quando realizou uma oração pelo presidente Lula durante a cerimônia de sanção da lei que criou o Dia Nacional da Música Gospel.

O gesto gerou críticas, especialmente entre lideranças evangélicas ligadas ao bolsonarismo, que viram na atitude uma espécie de “afago” ao presidente. O deputado, no entanto, se defendeu. “Vivo a dicotomia de ser político e pastor. Como político, posso criticar o Lula. Como pastor, tenho o dever de orar por ele. Hoje, se um pastor ora pelo Lula, é quase visto como um amaldiçoado. Mas se o Lula está endemoniado, é papel da igreja expulsar esse demônio”, declarou, sem meias palavras.

Bolsonaro, Caiado e o campo conservador

Otoni também comentou sua relação com o ex-presidente Jair Bolsonaro, reconhecendo que, apesar de comportamentos pessoais controversos, o ex-presidente personifica os valores defendidos pelo eleitorado evangélico.

“Embora fale dois palavrões a cada dez palavras e esteja no quarto casamento, ele representa princípios que se sobrepõem aos programas sociais do PT”, avaliou.

Porém, olhando para o cenário de 2026, Otoni sinaliza um novo caminho: oficializou sua adesão ao projeto presidencial do governador Ronaldo Caiado (União Brasil), assumindo inclusive a coordenação do núcleo evangélico da pré-campanha.

“O eleitor evangélico está na base da pirâmide social. É a classe D e E que entende de valores. Não adianta tentar comprar esse voto com assistencialismo. O nosso povo vota por princípios e convicção”, concluiu.

Rumo a 2026: batalha pelos evangélicos será central

As declarações de Otoni de Paula deixam claro que a disputa pelo voto evangélico será uma das mais intensas das eleições de 2026. PT, direita tradicional e aliados do bolsonarismo se movimentam para conquistar um dos maiores e mais organizados eleitorados do país — e o debate sobre valores, fé e política promete ser novamente central na campanha.

Leave a Reply

Your email address will not be published.