Um grupo de igrejas, uma organização sem fins lucrativos e um conselho inter-religioso entrou com uma ação judicial contra o governo Trump, alegando que a permissão para batidas de imigração em locais de culto viola a Primeira Emenda da Constituição dos EUA. A queixa foi protocolada nesta segunda-feira no Tribunal Distrital dos EUA, no Distrito de Oregon, Divisão de Eugene.
De acordo com o processo, a prática quebra uma política federal de longa data que protege áreas sensíveis — como igrejas, escolas, clínicas de saúde e centros comunitários — de ações de fiscalização de imigração, salvo em situações excepcionais. O documento ainda acusa a política da Administração Trump de violar a Lei de Restauração da Liberdade Religiosa e a Lei de Procedimento Administrativo.
Entre os autores do processo estão a Igreja Luterana Augustana (Portland, Oregon), a Paróquia Nossa Senhora de Guadalupe (San Diego, Califórnia), a Igreja Presbiteriana de Westminster (Gainesville, Flórida), os Pinheiros e Camponeses Unidos do Noroeste (Woodburn, Oregon) e o Conselho Inter-religioso de São Francisco (Califórnia).
Os réus incluem o Departamento de Segurança Interna (DHS), a secretária Kristi Noem, o Departamento de Imigração e Alfândega (ICE) e seu diretor interino Todd Lyons, além da Alfândega e Proteção de Fronteiras (CBP) e seu comissário interino Pete R. Flores.
Em resposta, a secretária assistente do DHS, Tricia McLaughlin, defendeu as ações da agência. Segundo ela, a diretriz atual garante segurança sem comprometer o bom senso dos agentes, exigindo aprovação adicional para qualquer operação em locais como igrejas ou escolas. McLaughlin também criticou políticas anteriores do governo Biden, que, segundo ela, facilitaram a entrada de migrantes via liberdade condicional humanitária, afirmando que essa prática foi encerrada com a posse de Trump.
A política de proteger locais sensíveis foi originalmente implantada durante o governo Obama, em 2011, e revogada pelo governo Trump em janeiro. Em fevereiro, outra ação foi movida por cerca de duas dezenas de grupos religiosos contra essa revogação, também argumentando violação à liberdade religiosa. No entanto, o juiz federal Dabney Friedrich, indicado por Trump, negou um pedido de liminar, considerando que as operações em igrejas eram raras e não configuravam uma ameaça significativa aos direitos das entidades religiosas.
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