O pastor Silas Malafaia, uma das figuras mais influentes do meio evangélico no Brasil, usou suas redes sociais para se posicionar sobre a crescente exposição de pregadores mirins nas igrejas e na internet. Reconhecendo que Deus pode, sim, usar crianças, Malafaia fez um alerta contundente: “Criança tem que ser criança”.

Segundo o líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, a vocação pastoral é algo sério e exige preparo, maturidade emocional e espiritual — algo que, naturalmente, não se exige de uma criança. Embora não critique o fato de crianças demonstrarem fé ou até mesmo pregar ocasionalmente, ele condena o que chama de “espetacularização” do chamado. “É diferente uma criança ser usada por Deus em um momento específico e ela ser transformada numa figura pública permanente”, afirmou.

Malafaia também se mostrou preocupado com os impactos da exposição precoce nas redes sociais. Ele aponta que a pressão por desempenho constante pode comprometer a espontaneidade da fé e afetar a saúde emocional dos pequenos a longo prazo. “A expectativa gerada em torno dessas crianças é desumana. Isso pode criar uma crise de identidade no futuro”, alertou.

O pastor citou exemplos bíblicos como Samuel e Davi, ambos chamados por Deus ainda jovens, mas que passaram por um processo de crescimento e discipulado. Para ele, a igreja precisa ser mais cuidadosa com o tempo e o ritmo de amadurecimento de cada criança.

A declaração repercutiu entre internautas e líderes evangélicos. Muitos consideraram o posicionamento um “freio necessário” diante do número crescente de vídeos de crianças pregando com uma retórica adulta, por vezes decorada, mas sem entendimento real do que está sendo dito.

A reflexão lançada por Malafaia tem ganhado força: estamos formando discípulos ou criando celebridades gospel mirins? Em meio à era digital e da viralização instantânea, o alerta soa atual e necessário.