Em seu primeiro pronunciamento oficial a diplomatas de cerca de 185 países, nesta sexta-feira (16), no Vaticano, o Papa Leão XIV reafirmou os valores tradicionais da Igreja Católica, com destaque para a defesa da família formada por um homem e uma mulher e a condenação ao aborto. O discurso abordou ainda temas como paz, dignidade dos imigrantes, liberdade religiosa e a urgência de diálogo inter-religioso.

“Família é base da sociedade”

O pontífice, que sucedeu Bento XVI, defendeu a família como pilar fundamental da sociedade:

“Investir na família, fundada na união estável entre um homem e uma mulher, é essencial para construir sociedades civis harmoniosas e pacíficas.”

Condenação ao aborto

Reforçando a posição histórica da Igreja, Leão XIV fez um apelo pelo respeito à vida humana desde a concepção:

“Ninguém está isento de se esforçar para garantir o respeito pela dignidade de cada pessoa, especialmente das mais frágeis e vulneráveis, desde o nascituro ao idoso.”

Apelo pela paz e justiça

O papa também condenou o comércio de armas e a escalada de conflitos em diferentes partes do mundo, com menções diretas à Ucrânia e Israel:

“As guerras de conquista e o desejo destrutivo de dominação causam sofrimento incalculável. O mundo precisa de paz, verdade e justiça.”

Imigrantes: “minha história é a deles”

Nascido nos Estados Unidos e tendo atuado como missionário no Peru, Leão XIV falou com empatia sobre a causa dos imigrantes:

“Minha própria história é a de um cidadão, descendente de imigrantes, que por sua vez escolheu emigrar.”

“Podemos estar saudáveis ou doentes, empregados ou desempregados, em nossa terra ou em outra nação — nossa dignidade permanece inalterada”, afirmou.

Liberdade religiosa e coragem para falar a verdade

O papa também defendeu o diálogo interreligioso e a liberdade religiosa, destacando que a Igreja não se calará diante de injustiças:

“Não hesitaremos em usar uma linguagem contundente, quando necessário, para falar a verdade aos poderosos deste mundo.”

O discurso de Leão XIV marca um pontificado com raízes conservadoras, mas com forte apelo humanitário e foco em justiça social — apontando para um equilíbrio entre doutrina e compaixão, em meio a desafios globais cada vez mais complexos.