A Polícia Civil de Goiás prendeu o pastor Caio Pimentel, acusado de liderar um esquema clandestino de venda de medicamentos ilegais para emagrecimento na cidade de Quirinópolis, no sudoeste do estado. Segundo as autoridades, ele usava sua posição religiosa para conquistar a confiança de fiéis e comercializar cápsulas sem registro na Anvisa, prometendo resultados rápidos e “naturais”.
A prisão ocorreu durante uma operação que também apreendeu cerca de 100 frascos dos produtos prontos para distribuição, além de equipamentos de embalagem, rótulos falsificados e frascos vazios em um ponto comercial alugado exclusivamente para esse fim.
Esquema de confiança e fé
De acordo com o repórter James Mateus, do programa Balanço Geral, o pastor e sua irmã atuavam há mais de um ano nesse esquema. Diversos fiéis denunciaram à polícia que haviam sido enganados, acreditando nas promessas de emagrecimento seguras feitas por uma figura em quem confiavam espiritualmente.
“Ele usava a igreja para convencer as pessoas de que era um produto confiável, com respaldo espiritual”, relatou um dos denunciantes.
A investigação aponta que os medicamentos eram vendidos como naturais, mas continham substâncias em concentrações elevadas, sem qualquer controle ou prescrição médica — o que representa risco real à saúde, segundo especialistas.
Confissão e investigação em andamento
Durante o interrogatório, Caio Pimentel confessou à polícia que vendia os medicamentos há mais de um ano. Sua irmã, também detida, negou participação direta no esquema e foi liberada para responder em liberdade. A Polícia Civil investiga possíveis vítimas que tenham sofrido reações adversas aos produtos e pretende expandir a apuração para outras cidades.
Alerta sobre “naturais perigosos”
O caso reacende o alerta sobre o perigo dos chamados “remédios naturais” vendidos sem fiscalização. Médicos apontam que esses produtos podem causar danos hepáticos graves, como hepatite medicamentosa e até cirrose, mesmo em pessoas que não consomem álcool.
A Anvisa reforça que todo produto com alegação terapêutica deve ser registrado e supervisionado, independentemente de sua composição natural ou sintética.
A Polícia Civil seguirá com novas fases da operação nos próximos dias, visando identificar outros envolvidos e interromper totalmente o esquema ilegal.
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