O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) investiga o pastor Flávio Amaral, líder do movimento “Libertos por Deus” (LPD), por suposto envolvimento em um esquema de cirurgias plásticas realizadas no Hospital Regional da Asa Norte (HRAN), em Brasília. A apuração aponta uso indevido da estrutura do SUS, captação irregular de recursos e exposição não autorizada de pacientes.
A denúncia foi feita por André Luiz Ludovico Silva, que afirma ter sido convencido a fazer uma cirurgia de retirada de silicone, enquanto o grupo religioso promovia campanhas para arrecadar dinheiro, embora o procedimento tenha sido totalmente custeado pelo SUS. As doações eram transferidas para contas pessoais do pastor.
A investigação também apura a obtenção de imagens do paciente anestesiado sem consentimento, além de denúncias de agressões verbais, maus-tratos e vigilância abusiva durante o pós-operatório. Relatos indicam que o grupo teria acesso privilegiado às cirurgias, furando a fila do sistema de regulação.
O caso levantou suspeitas de um acordo informal entre o pastor, médicos e servidores do hospital para a realização mensal de procedimentos, fora dos trâmites legais. A promotoria também apura se houve uso político e religioso da estrutura pública de saúde, com suposto envolvimento indireto de gabinetes parlamentares.
O médico responsável, Dr. Antonio José Trindade Pacheco, admitiu a gravidade do caso, mas nega ter autorizado fotos. Ele processou o denunciante por calúnia e difamação.
O MPDFT solicitou nova vista de 90 dias para ouvir os envolvidos e concluir diligências. O caso expõe fragilidades na regulação do SUS no DF e possíveis práticas de instrumentalização da fé para fins financeiros e ideológicos.
O pastor Flávio Amaral nega as acusações.
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